Em entrevista feita no último dia 10 com exclusividade para o Whiplash, Sebastian Bach fala sobre seu novo disco, Skid Row, Frameshift, suas lembranças do Brasil e, é claro, a turnê brasileira que ocorrerá em novembro! Confira a entrevista na íntegra abaixo:Whiplash! - Você está preparando um segundo álbum solo, e será seu primeiro lançamento assim em alguns anos. O que podemos esperar dele?
Sebastian Bach - Bem, eu acabei de lançar um disco com o Frameshift alguns meses atrás e antes desse eu soltei meu primeiro CD solo chamado "Bring ‘em Bach Alive", então este vai ser meu segundo solo, nós começaremos a gravá-lo em 15 de dezembro e este será um disco mais voltado ao metal. Eu quero fazer um álbum melhor que o "Slave To The Grind", e é isso que eu tentarei fazer.
Whiplash! - As músicas para o novo disco já estão prontas?
Sebastian Bach - Temos algo em torno de 23 músicas prontas no momento e estamos em dúvida entre dois produtores para o álbum, Zeus e Roy Z. Devemos começar a gravá-lo em 15 de dezembro, terminá-lo em janeiro e lançá-lo em março ou começo de abril.
Whiplash! - Você pode falar os nomes de algumas músicas?
Sebastian Bach - Sim, uma se chama "Take You Down With Me" e outra chama-se "American Metal Head", aí já dá pra você ter uma idéia. Nós tocamos essas duas músicas neste verão (N. do E.: verão do hemisfério norte, nosso inverno) e a reação do público foi mais que perfeita. O maior show que fizemos nessa temporada foi no festival Sweden Rock com Motley Crue e Accept, com público superior a 45 mil pessoas! Foi um dos melhores dias da minha vida! Com certeza eu quero ter o disco já lançado a tempo de tocar nestes festivais no ano que vem.
Whiplash! - Você tem planos para uma nova turnê após o lançamento deste disco?
Sebastian Bach - Nos últimos dois verões eu toquei em grandes festivais, os quais eu adoro tocar. Então você sempre tem esses planos. No mês que vem eu farei quatro shows, um em New Jersey, outro em New York e dois no Brasil. Mas no próximo verão eu com certeza estarei em turnê para divulgar o novo CD.
Whiplash! - Já fazem nove anos desde a última vez em que você tocou no Brasil. Como surgiram esses shows e porque a sua volta demorou tanto tempo?
Sebastian Bach - Bem, essa é a minha primeira vez no Brasil em minha carreira solo, da última vez que estive aí foi com o Skid Row. Eu não faço idéia do motivo pelo qual essa volta demorou tanto! Geralmente são os produtores que decidem quando uma banda tocará em algum país, não são os músicos quem escolhem. Um produtor do Brasil queria que nos apresentássemos, e o momento era propício, então decidimos tocar!
Whiplash! - São apenas dois shows e nenhum na cidade de São Paulo, isso foi meio surpreendente...
Sebastian Bach - É... originalmente teríamos um show em São Paulo, mas eles não chegaram a depositar o pagamento, então tivemos que cancelar. Os outros dois shows vingaram, mas São Paulo infelizmente não. Você teria que perguntar a eles o que aconteceu.
Whiplash! - Haverá alguma surpresa nos shows no Brasil, como algum convidado especial?
Sebastian Bach - Não, minha banda será Bobby Jarzombek na bateria, Metal Mike Chlasciak na guitarra, Johnny Chromatic na outra guitarra e Steve DiGiorgio no Baixo. Nós tocaremos as melhores músicas do Skid Row, músicas da minha carreira solo e algumas do Frameshift 2, além de inéditas que estarão no meu novo CD, ou seja, vai ter muita música rolando!
Whiplash! - Você diria que essa formação é a mais pesada com o qual você já gravou e se apresentou ao vivo?
Sebastian Bach - Com certeza é a banda mais técnica, esses caras são top de linha e se eles foram bons o suficiente para tocar com Rob Halford, por exemplo, então são bons o suficiente para mim.
Whiplash! - Eles têm alguma voz ativa na escolha do repertório ou é você quem decide tudo?
Sebastian Bach - Com certeza isso é uma banda, então a banda deve tomar essas decisões, o único motivo para a banda ter o meu nome é pelo simples fato do meu nome ser conhecido! Você sabe que eu fiquei dez anos em uma banda para descobrir que ela nunca teve meu nome, isso foi algo totalmente retardado, não farei isso novamente. Então eu sempre olho tudo como uma situação onde a banda deve tomar partido, se eles querem tocar determinada música, estou aberto a isso. A melhor coisa em relação à música é a diferença entre a performance de palco e a de estúdio. Sempre dá pra dizer se os caras se dão bem ou não e essas coisas fazem parte no dia-a-dia de uma banda.
Whiplash! - Como ocorreu com bandas como o Motley Crue que voltou com o Vince Neil nos vocais, e o Iron Maiden que voltou com Bruce Dickinson, você se vê voltando a tocar com o Skid Row?
Sebastian Bach - Bem, eu tenho apenas 37 anos! Com certeza há possibilidade disso vir a acontecer. Porém eu não vejo isso rolando tão cedo. Houve umas conversas sobre isso há um ano atrás, mas não passou disso. Você teria que perguntar isso a eles.
Whiplash! - Então você ainda se fala com os membros do Skid Row?
Sebastian Bach - Não, só com Rob Affuso, com os outros caras não.
Whiplash! - Como ficou a situação dos créditos do CD "An Absence of Empathy" do Frameshift?
Sebastian Bach - Está na mesma. O problema foi que na prensagem original os meus créditos estavam corretos, porém eles foram retirados quando eu pedi para que minhas informações da ASCAP fossem colocadas ao lado do meu nome. Esse foi o problema real. Na verdade nunca houve um problema relacionado a créditos, foi mais algo do tipo 'nós não estamos pagando nada à ASCAP, então não colocaremos essas informações ao lado do seu nome nessas músicas', e isso foi falado para mim em termos brutos, eis toda essa confusão. Mas você pode checar os detalhes no meu website e eu postarei mais coisas por lá em breve. Eu quero mais é que os fãs ouçam o CD. Se esses conflitos não existissem nós não teríamos música, as vezes as melhores canções são feitas nestas situações, quando há um certo conflito. Enquanto estávamos gravando o disco nos divertimos muito, tudo foi muito legal, os problemas apareceram depois.
Whiplash! - Mas você gostou do resultado final do disco?
Sebastian Bach - Estou feliz com muita coisa e infeliz com outras. Como um todo, eu gosto do disco. Mas há coisas que eu faria diferente, mas isso já é esperado pois o único álbum com o qual eu estou 100% satisfeito com o resultado, aquele que eu levei mais tempo para gravar e que eu acompanhei praticamente tudo, foi o "Slave To The Grind". A mixagem foi aprovada por cada membro da banda, sem brigas nem nada. Se você colocar esse CD no seu som você simplesmente vai pirar! O mesmo eu diria deste álbum, mas como um todo, sim, estou feliz com o resultado.
Whiplash! - É verdade que você foi chamado para ser o vocalista do Velvet Revolver?
Sebastian Bach - Sim! Na verdade nós entramos em estúdio e gravamos cinco músicas, as quais eu escrevi as letras e as melodias, inclusive eu as toquei em um show que fiz em Los Angeles enquanto estava trabalhando na peça "Jesus Christ Super Star". Eu trabalhei com eles por volta de um mês, e o Slash e o Duff vieram me ver várias vezes enquanto estava em cartaz com "JC Super Star" e nós ensaiamos algumas vezes, fizemos um show no "Ivory Theather", onde tocamos "Paradise City" com Ron Wood dos Rolling Stones, e eu não conseguia acreditar que eu estava no palco dizendo 'Senhoras e senhores, por favor, recebam Ron Wood dos Rolling Stones!'. Como essa porra aconteceu? Foi maravilhoso! Então eu entrei em turnê com a peça "JC Super Star", daí eles começaram a trabalhar com o Scott Weiland. Com certeza eles sabiam o que estavam fazendo, tanto que agora eles têm uma das melhores bandas da atualidade.
Whiplash! - Então, basicamente, você entrou em turnê com 'JC Super Star' e fim de papo.
Sebastian Bach - Não estou dizendo que eu estava na banda ou algo do tipo, que eles me chutaram da banda ou algo parecido. Mas eu entrei em turnê com 'JC Super Star' por seis meses ao redor dos EUA, eles não me esperariam terminar essa turnê para começarmos um trabalho juntos! Eu não estava na banda, estava apenas trabalhando com eles...
Whiplash! - Eles usaram algumas músicas que você gravou com eles para o álbum "Contraband"?
Sebastian Bach - Eu ainda não ouvi o disco, alguns motivos não me deixaram fazer isso, mas talvez eles tenham usado, ou não... eu não sei! Algum dia eu saberei.
Whiplash! - Como surgiram as oportunidades de você atuar na Broadway, nas peças "Jesus Christ Super Star" e "Jekyll And Hyde"?
Sebastian Bach - O cara que assinou com o Skid Row no fim dos anos oitenta chama-se Jason Flame, ele também já assinou com Kid Rock, Sugar Ray, Poison, Twisted Sister e mais um monte de bandas. Quando ele assinou com o Skid Row eu tinha apenas 18 anos e a Atlantic Records lançou o "Frank Wild Horn", do mesmo cara que escreveu a peça "Jekyll And Hyde", que também escreveu peças como "Civil War" e "Scarlet Pimpernel", além de outras. A "Frank Wild Horn", depois de quatro anos na Broadway, disse que queria um vocalista de Rock no papel principal de "Jekyll And Hyde". Eu fui o primeiro cara para quem o Jason ligou e eu lhe disse algo como "você ligou pro número certo? Nunca ninguém me pediu pra fazer isso!", tendo ele me respondido "apenas vá e cante!", então eu fui e cantei uma música a qual subimos uns três tons, e os produtores realmente gostaram e eu consegui o papel.
Depois de "Jekyll And Hyde" eu fiz "Rocky Horror" na Broadway com Dick Cavett. Em seguida, fiz "Riff Raff" por três meses e daí entrei em turnê com "JS Super Star". Então no último Halloween eu fiz "Jekyll And Hyde" na Carolina do Norte, foi muito legal, uma fase inesquecível da minha carreira, eu gostei muito de fazer musicais.
Whiplash! - Fazer musicais é algo que você sempre quis fazer?
Sebastian Bach - Não, nunca.
Whiplash! - Você faria novamente?
Sebastian Bach - Com certeza! Eu amo cantar mais do que qualquer coisa e você pode ter certeza de que se o papel certo aparecer, eu irei aceitar. Recentemente eu recusei uma oferta de ser o "The Dream Catcher" na peça "Chitty Chitty Bang", mas de jeito nenhum eu iria atualizar o meu site dizendo "venham me ver, Sebastian Bach, em ‘Chitty Chitty’...", eu simplesmente não poderia fazer isso! Mas se aparecer um papel legal, com certeza eu farei.
Whiplash! - O que você prefere? Rock / Metal ou fazer musicais?
Sebastian Bach - São coisas completamente diferentes, mas na verdade meu coração é do Metal, sem sombra de dúvida, meu verdadeiro primeiro amor, isso é certo.
Whiplash! - Então se você pudesse escolher entre sua banda ou um musical você escolheria a sua banda?
Sebastian Bach - Com certeza! Eu estaria gritando 'Metal' bem antes! Essa é a minha vida! Eu vou ser como Biff Byford do Saxon daqui a 25 anos. Toda vez que eu olho para ele eu digo que ele sou eu daqui a vinte e cinco anos!
Whiplash! - Isso é uma carreira para a vida inteira, você se vê partindo para o lado das produções?
Sebastian Bach - Sim, eu adoro isso! Você me conhece, eu sou apaixonado pelo Rock, por mais que isso seja a minha profissão, é algo que eu amo, é por isso que eu faço isso, se é o que você realmente quer saber.
Whiplash! - Que tipo de bandas você ouve? E quais são as suas influências? Elas são em sua maioria oriundas do metal?
Sebastian Bach - Não, eu ouço de tudo, e com um Ipod em mãos fica ainda mais fácil você ouvir coisas diferentes! No momento eu curto muito uma música que está na série "Six Feet Under", uma antiga música do Johnson de 1972 chamada "Strawberry Letter 23". Ela foi escrita originalmente por Sugar Oatts, é a minha música favorita no momento! Eu também escuto muita coisa do Neil Young que é inacreditável. HateBreed, "Rise In Brutality" o último grande álbum de metal, também curto Mastodon. Com um Ipod você não tem limites, eu ouço muita coisa legal, eu curto colocá-lo na opção "shuffle"!
Whiplash! - Você gravou alguma coisa em casa usando essas novas tecnologias?
Sebastian Bach - Gravei umas 23 músicas / demos no meu computador, o que é algo inacreditável para um músico. Você pode colocar nove camadas de voz, harmonizá-las e conseguir vários sons diferentes em sua própria casa.
Whiplash! - Então você curte essas novas tecnologias?
Sebastian Bach - Com certeza, eu passo seis horas direto fazendo mixagens. Termino com os meus olhos totalmente doloridos... é incrível! Nos anos 90 nós costumávamos gastar mais de 4 mil dólares em estúdio, e hoje em dia os donos de estúdio estão putos porque não têm mais o público que tinham, pelo simples fato de que você pode ter tudo aquilo na sua casa, e antigamente você teria que pagar milhares de dólares em estúdio para poder ter aquilo.
Whiplash! - Já que você tem 23 músicas prontas, você irá gravar mais de um CD com essas músicas?
Sebastian Bach - Não, apenas um CD. Eu disse que tenho 23 músicas, mas nem todas são ótimas, essa é a vantagem de se gravar em casa, você tem mais controle sobre isso.
Whiplash! - Quais as suas influências vocais?
Sebastian Bach - Com certeza a maior é do Rob Halford! Jeff Buckley canta incrivelmente bem, Tom Waits é um grande vocalista, meio diferente dos outros dois, mas mesmo assim é ótimo. Vários grandes vocalistas da Broadway que são capazes de fazer tudo aquilo todas as noites. Ian Gillan do Deep Purple e também Glenn Hughes.
Whiplash! - Durantes os últimos anos você fez vários tributos, podemos esperar outros tributos vindo de você?
Sebastian Bach - Não, eu acho que já fiz tributos mais do que o suficiente. Pra ser sincero eu não me vejo mais fazendo isso, mas se me chamarem pra fazer algo do tipo, me pagando bem para cantar músicas que eu adoro, então porque não fazer? Mas é seguro dizer que, no momento, eu estou farto de fazer tributos.
Whiplash! - Você já considerou tocar algum deles em seus shows?
Sebastian Bach - Não, eu tenho músicas suficientes na minha carreira que eu posso escolher para um set-list, pra que querer escolher um cover?
Whiplash! - Você conhece ou gosta alguma banda brasileira?
Sebastian Bach - Eu adoro o Sepultura! Eles são brasileiros né? Você sabe o que eu mais me lembro do Brasil? É ficar de bobeira na praia, me embebedando olhando as mulheres se bronzeando, o Cristo Redentor... eu tenho grandes memórias do Brasil!
Whiplash! - Você gostaria de falar alguma coisa para seus fãs brasileiros?
Sebastian Bach Sim! Ouçam o novo disco do Frameshift, eu sei que vocês podem comprar pela Amazon, e a revista Metal Edge disse que é o disco onde eu estou em minha melhor performance em toda a minha carreira. Eu levarei a minha banda mais pesada para o Brasil e espero vê-los em novembro!
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