As origens
As origens do Nazareth remontam a 1961, ano em que Pete Agnew fundou o "The Shadettes". A primeira formação deste grupo foi: Pete Agnew (guitarra e vocal), Brian 'Pye' Brady (guitarra), Alfie Murray (guitarra), Alan Fraser (bateria) e Bobby Spence (baixo).
O grupo ganhou consistência, nos anos de 1964 e 1965, com a chegada de Darrel Sweet e Dan McCafferty. Em 1968, dois acontecimentos muito importantes na história da banda: o ingresso do lendário guitarrista Manny Charlton e a mudança do nome para Nazareth.
Até então o grupo limitava-se a fazer covers; porém, com Manny integrado ao grupo, os escoceses passaram a compor material próprio.
Após a mudança para Londres, lançaram seu primeiro disco, chamado Nazareth, em 1971.
Em 1972 chamaram a atenção no mundo da música com o seu segundo álbum - Exercises -, o trabalho mais lento já realizado pela banda.
O auge
Em 1973, a banda procurava por um produtor para seu próximo álbum, que haveria de ter um sombem mais pesado que o anterior. A escolha não poderia ter sido melhor: Roger Glover. Segundo Dan McCafferty, "Roger Glover acabou envolvendo-se naquele álbum, pois o Nazareth estava abrindo para o Deep Purple na parte inglesa da turnê. Estávamos procurando um produtor, e então tocamos nossas Demos para o Roger, que obviamente já havia nos visto ao vivo. Ele gostou do material e fomos para o estúdio. Tudo foi muito simples, pois todos sabíamos o que queríamos dentro da banda, e o Roger, por estar em turnê conosco, também sabia. Gravamos tudo em duas semanas, e tínhamos que fazer duas músicas por dia (risos). Teve que ser um trabalho bem objetivo!" (trecho de entrevista publicada na revista Roadie Crew, edição n° 76 - maio/2005 - com reportagem de Claudio Vicentim e fotos de Ricardo Zupa).
Assim, surgiu Razamanaz, que lançou o Nazareth ao estrelato e culminou com duas músicas qualificadas entre as dez mais tocadas no Reino Unido - "Broken Down Angel" e "Bad Bad Boy".
Os dois álbums que se seguiram, Loud 'N' Proud e Rampant, também foram produzidos por Glover, mas o sucesso foi um pouco menor.
O mais famoso álbum do Nazareth, Hair of the Dog, foi produzido pela própria banda e surgiu em 1975, sendo um marco para o Rock dos anos 70. Sua interpretação da música dos Everly Brothers "Love Hurts" resultou em disco de platina nos Estados Unidos e teve sucesso similar no Reino Unido. A este se seguiram uma série de álbums que estão no Top 100 do Billboard 200.
Em 1978, o guitarrista Zal Cleminson (Sensational Alex Harvey Band) juntou-se ao grupo, gravando apenas dois álbuns com o Nazareth. Zal, todavia, deixou sua marca: seu dueto com Manny Charlton no álbum No Mean City é até hoje lembrado como um dos melhores trabalhos com guitarras já realizados em estúdio. Zal foi substituído por Billy Rankin, na época com apenas 19 anos.
Em 1981 gravaram o festejado "Snaz", álbum originado de um show realizado pelos escoceses em Vancouver, Canadá, no dia 13 de maio daquele ano.
Um período difícil
Nos anos 80, o sucesso da banda já não era mais o mesmo, mas eles continuaram na estrada, procurando novos caminhos para o grupo.
O álbum "2XS", de 1982, trouxe as faixas "Love Leads To Madness" e "Dream On", que marcaram o retorno do Nazareth às rádios do mundo inteiro. A primeira delas, inclusive, foi um grande sucesso da trilha sonora da novela global "Sol de Verão".
Porém, nos dois álbuns seguintes (Sound Elixir e The Catch), a banda recebeu fortes críticas, sendo acusada de deixar um pouco de lado o rock and roll e se dedicar a um som mais pop. A balada "Where Are You Now?" foi o único hit deste período conturbado.
Billy saiu da banda em 1983 e o Nazareth voltou, assim, ao seu quarteto original.
O álbum Cinema (1986) trouxe de volta ao repertório da banda o seu rock competente, mas isso não foi suficiente para resgatar o grande sucesso dos anos 70.
Em 1990 foi a vez de Manny Charlton deixar a banda, para dedicar-se à carreira de produtor. Com isto, Billy Rankin foi chamado novamente, desta vez com a difícil tarefa de substituir um mito.
O início da recuperação
Muitos pensaram que a saída de Manny colocaria um ponto final na carreira do Nazareth, mas o amor ao rock levou os escoceses a continuarem na estrada. Billy, por sua vez, mostrou-se à altura do cargo.
No ano de 1992, o álbum No Jive foi muito bem recebido e devolveu ao Nazareth parte do prestígio que havia sido abalado nos anos 80.
Em dezembro de 1994, Billy deixou o Nazareth pela segunda vez e Jimmy Murrison foi escolhido como substituto.
Em 1995, a banda teve o ingresso, como tecladista, do experiente músico Ronnie Leahy.
No ano de 1999 surge o álbum Boogaloo, pouco divulgado, mas certamente um dos melhores álbuns já lançados pela banda.
Ainda em 99, mais precisamente em 30 de abril daquele ano, o inesperado: o baterista Darrel Sweet falece, vítima de um fulminante ataque cardíaco, minutos antes de um show que a banda realizaria nos Estados Unidos, na primeira parte da turnê de divulgação deste novo trabalho.
Após uma pequena pausa de alguns meses para absorver o duro golpe pela morte do amigo, os veteranos escoceses encontraram forças para voltar à estrada.
Pete chamou seu filho Lee Agnew, que era roadie da bateria de Darrel, para substituí-lo: o Nazareth estava de volta para continuar a turnê do álbum Boogaloo.
Nazareth no século XXI: rock e maturidade
Em 2002 lançaram seu primeiro DVD gravado ao vivo - Homecoming - onde os talentosos músicos da banda mostram que continuam em plena forma.
Em 2003, Ronnie resolve sair do grupo e o Nazareth volta a ter o line-up tradicional: vocal, guitarra, baixo e bateria.
Os DVD's From The Beginning e Live From Classic T Stage foram lançados no ano de 2005 e retratam dois momentos distintos da carreira da banda: o primeiro traz várias passagens dos anos 70 e o segundo foi gravado no mesmo ano de seu lançamento, em Londres.
Em 4 de agosto de 2006, mais um duro golpe para os escoceses: faleceu John Locke, ex-tecladista da banda, aos 62 anos, vítima de câncer.
O Nazareth é hoje considerado uma das bandas mais influentes no cenário do rock, sobretudo entre aquelas que ainda continuam em atividade. Seu rock vitorioso persiste, apesar das muitas dificuldades encontradas pelo caminho. A trajetória de sucesso destes escoceses tem sido atualmente considerada um ótimo exemplo para os músicos que estão em início de carreira, bem como para aqueles que sentem-se desestimulados após alguns fracassos na busca do sucesso. O motivo é que os veteranos Dan McCafferty e Pete Agnew jamais desanimaram diante das adversidades encontradas, enfrentando-as sempre com muita garra e amor ao trabalho que exercem.
"The Newz", o novo álbum
A longa carreira do Nazareth, ao que parece, não acabará tão cedo: após realizar incansáveis turnês ao redor do mundo, o grupo fez uma breve pausa nas apresentações e gravou, durante o mês de setembro de 2007, um novo CD de inéditas[1], lançado no Brasil no mês de junho de 2008. As gravações foram realizadas no lendário Powerplaystudio, em Zurique, na Suíça.
O novo álbum de estúdio do Nazareth, intitulado "The Newz", é o 21º da carreira da banda e conta com 13 faixas inéditas: Goin' Loco, Day At The Beach, Liar, See Me, Enough Love, Warning, Mean Streets, Road Trip, Gloria, Keep On Travellin', Loggin' On, The Gathering e Dying Breed[2], além da "hidden track" Goblin King. "The Newz" foi produzido pelo jovem talento Yann Rouiller e é o primeiro álbum de inéditas do Nazareth desde Boogaloo, lançado em 1998.
Todo o processo de gravação do novo CD foi filmado e resultará no lançamento de um DVD histórico, mostrando todos detalhes dos ensaios e dos ajustes finais das novas músicas do Nazareth[3].
As turnês no Brasil
O Nazareth excursionou por terras tupiniquins em cinco oportunidades.
A primeira delas foi em dezembro de 1990, época em que a formação da banda era: Dan McCafferty (vocal), Pete Agnew (baixo/vocais), Billy Rankin (guitarra) e Darrel Sweet (bateria). Na cidade de São Paulo fizeram shows no extinto Dama Xoc e, no mesmo final de semana, foram a atração internacional da festa comemorativa dos 5 anos da Rádio 89 FM. Apresentaram-se também em Santos, no extinto Caiçara Music Hall.
A banda retornou em setembro de 1995, com a mesma formação da turnê de 1990, desta vez dividindo o palco com seus amigos do Uriah Heep. Esta foi a turnê de divulgação do álbum Move Me, trabalho que deve ser creditado em boa parte ao guitarrista Billy Rankin, que compôs a maioria das músicas.
No final de maio do ano de 2004, uma nova turnê brasileira, sendo que o grupo já contava com seu line-up atual. Nesta oportunidade, os escoceses fizeram na casa de shows Olympia (SP) aquela que havia sido, provavelmente, a melhor apresentação da banda no Brasil, sendo muito elogiados por público e crítica. Além de São Paulo, Salvador (BA) e Tubarão (SC) também tiveram a oportunidade de ver a lenda viva do rock and roll.
Entretanto, a quarta turnê brasileira do Nazareth, realizada em 2007, superou em muito as expectativas. O guitarrista Jimmy Murison e o baterista Lee Agnew evoluíram muito, enquanto Dan e Pete provaram que são como vinho: quanto mais velhos, melhores. A turnê contou com as seguintes apresentações: Porto Alegre (18/04), Curitiba (19/04), Florianópolis (20/04) e São Bernardo do Campo (21/04). Os shows de Curitiba e São Bernardo foram gravados, sendo que o show realizado em Curitiba resultou no DVD e nos CDs "Nazareth - Live in Brazil", lançados no mês de setembro.
Os veteranos escoceses retornaram ao Brasil em 2008, durante a turnê de celebração dos 40 anos de carreira do grupo. E voltaram em 2009, no mes de junho, se apresentando apenas no Paraná.
A turnê comemorativa dos 40 anos de Nazareth
Em 2008, o quarteto escocês, que completa 40 anos ininterruptos de existência, está fazendo uma turnê comemorativa. Para esta turnê, a banda agendou vários shows no Brasil, os quais foram realizados no mês de maio. As cidades brasileiras que receberam a visita dos escoceses nesta oportunidade foram: Maringá, Cascavel, Fortaleza, Joinville, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, São Paulo, Curitiba, Londrina (30/05) e Tubarão[4]. Em dois shows da turnê, o mito Dan McCafferty soube muito bem explorar o que o Brasil tem de melhor: o futebol. Numa junção entre Rock and Roll e a modalidade esportiva, o vocalista do Nazareth subiu ao palco vestindo as camisas de clubes locais. O primeiro foi em Ponta Grossa/PR, com a camisa do Operário. Em outro show da banda, Dan McCafferty vestiu a camisa do ACRE Cidade Azul, conhecido como Atlético Tubarão, da cidade de Tubarão/SC. Os fãs-torcedores foram ao delírio.
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