História
Começo de carreira
Em 1992, um adolescente paulistano de 17 anos chamado Alexandre Magno se mudou para Santos, litoral de São Paulo, após uma infância difícil e traumática. Era mais conhecido pelo apelido de Chorão, passou a se interessar pela prática do skate. Um dia, em um bar local, substituiu por acaso o vocalista de uma banda, quando o mesmo precisou se ausentar devido a necessidades fisiológicas. Uma pessoa da platéia, ao vê-lo cantar, convidou-o para ser vocalista em sua banda. Quando o baixista da referida banda saiu, Chorão veio a conhecer Champignon, o novo baixista, uma criança de apenas 12 anos na época, formaram então a banda What’s Up. Tempos depois, Chorão e Champignon decidiram convidar Renato Pelado. Mais tarde, Marcão e Thiago (guitarras) completaram a primeira formação da banda Charlie Brown Jr.
A banda, ainda sem nome, continuou a se apresentar na cidade. "Fundei e batizei a banda com esse nome em 92. Foi uma coisa inusitada. Trombei (literalmente) com uma barraca de água de coco que tinha o desenho do Charlie Brown, aquele personagem do Charles Schulz, mais conhecido por ser o dono do Snoopy. E o “Jr” é pelo fato de sermos filhos do rock", se explica Chorão pelo fato de a banda se considerar "filha" de uma geração de músicos e bandas como Raimundos, Nirvana, Red Hot Chili Peppers, Nação Zumbi, e Planet Hemp. A sonoridade do grupo tinha influências de grupos como Sublime, Bad Brains, 311, misturando hardcore, skate e reggae. O líder da banda, Chorão, é skatista, chegando a figurar nas melhores posições do ranking de diversos campeonatos brasileiros, e costuma apresentar-se nos shows em cima de um skate. Por volta de 1993, já com esta formação da banda, eles começaram a tocar no circuito underground de Santos e São Paulo e a fazer shows em vários eventos de skate.
As primeiras apresentações do quinteto aconteceram em Santos e São Paulo, especialmente em campeonatos de skate. Uma fita demo foi entregue a Rick Bonadio, presidente da Virgin Records no Brasil e produtor dos Mamonas Assassinas, que se interessou pelo grupo e o contratou. De uma demo de três faixas surge o primeiro disco do CBJr, produzido por Tadeu Patolla e Rick Bonadio com o selo da Virgin. Nasce então o explosivo disco Transpiração Contínua Prolongada, tem esse nome por realmente retratar tudo que a galera passou pra chegar onde chegaram. O álbum foi produzido por Tadeu Patola (ex-Lagoa 66), o álbum explode na audiência e fez sucesso nas rádios com as faixas "O Coro Vai Comê!", "Proibida Pra Mim (Grazon)", "Tudo Que Ela Gosta De Escutar" e "Gimme O Anel", vendendo 500 mil cópias.
Na época, o baixista Champignon era menor de idade. Conseqüentemente, sempre que a banda se apresentava em casas noturnas, era necessária uma autorização judicial para que o jovem baixista acompanhasse o grupo.
Sucesso comercial
De 1999 a 2006, a canção "Te levar" foi tema do seriado Malhação, da Rede Globo, fazendo com que a banda abrangesse seu trabalho às mais diferentes classes sociais. Com sua propagação na mídia a banda ganhou vários prêmios e chegou assim, por várias vezes, ao topo de grandes rádios espalhadas pelo país. O rock que fazem é influenciado por bandas como Madness e Suicidal Tendencies. O som do Charlie Brown Jr. mistura hardcore com ska.
Em 1999, após a estréia promissora, o grupo voltou com Preço Curto... Prazo Longo, composto por 25 músicas inéditas, entre elas os sucessos "Confisco", "Zóio de Lula", "Te Levar", "O Preço" e "Não Deixe O Mar Te Engolir", que sedimentaram o sucesso da banda e garantiram sua presença nas rádios. Pouco antes de entrar no estúdio para gravar o terceiro álbum, o grupo passou por uma forte crise interna, causada pelas brigas entre Chorão e Champignon, que quase encerrou a carreira. Apesar das dificuldades, a evolução da fórmula hip hop/reggae/hardcore continuou em Nadando com os Tubarões, lançado em 2000, cujos destaques foram as faixas "Rubão: O Dono do Mundo" e "Não é Sério". O disco marcava a entrada do dj Anderson Faria como acompanhante fixo da banda e revelava uma aproximação com o rap paulistano, explícita em "A Banca", com participação do grupo RZO. No fim do ano, o Charlie Brown Jr decidiu, junto com outras bandas, não participar do Rock in Rio para um Mundo Melhor por discordar do tratamento dispensado às bandas nacionais.
No fim de 2000, o guitarrista Thiago Castanho deixa o grupo, alegando divergências pessoais. No mesmo ano, porém, a banda vence o Vídeo Music Brasil, levando o prêmio "Escolha da Audiência" pelo clipe de "Rubão".
Como um quarteto, o Charlie Brown Jr. assinou com a EMI para lançar 100% Charlie Brown Jr. no final do ano, com músicas totalmente inéditas. As faixas de maior destaque foram "Hoje eu Acordei Feliz" e "Lugar ao Sol". Em abril de 2002, uma apresentação da banda no Rio de Janeiro acabou em tumulto generalizado. Devido a uma briga, os integrantes da banda saíram do palco antes do previsto, causando revolta na platéia. Lojas e lanchonetes do parque Terra Encantada foram depredadas. Não houve feridos graves.
O título do quinto álbum, Bocas Ordinárias, se apropriou de uma expressão lusitana, devido ao sucesso do grupo em apresentações realizadas em Portugal. A fusão de hardcore, rap e reggae gerou novos hits como "Papo Reto (Prazer é Sexo, O Resto é Negócio)" e "Só por Uma Noite", "Bocas Ordinárias", "Guerilhas" e "Somos Poucos mas Somos Loucos", além de uma versão de "Baader-Meinhof Blues", da Legião Urbana.
Álbum acústico
Em 2003, chegou a vez do Charlie Brown Jr. gravar seu Acústico MTV. Entre os convidados, o grupo chamou Marcelo Nova e Marcelo D2, que participaram de versões de "Hoje" (Camisa de Vênus) e de "Samba Makossa" (Chico Science & Nação Zumbi), respectivamente. Entre as regravações, a banda santista optou pelos sucessos "Proibida pra Mim", "Zóio de Lula", "Tudo que Ela Gosta de Escutar". O primeiro single foi a canção inédita "Vícios e Virtudes". O disco foi marcado pelo grande sucesso de vendas e mídia e, curiosamente, foi gravado enquanto a banda estava no auge da carreira, contrariando a tradição de retomar ao auge carreiras de outros artistas.
Durante a turnê acústica, em 2004, Chorão se desentendeu com Marcelo Camelo, do grupo Los Hermanos, quando as duas bandas se encontraram no aeroporto de Forteleza antes da apresentação das mesmas no festival Piauí Pop daquele ano. O motivo teria sido uma suposta crítica à participação do Charlie Brown Jr. em um comercial para a Coca-Cola. O vocalista do grupo carioca processou Chorão por danos morais decorrentes da agressão, sem êxito, visto que foi imputado a este culpa concorrente pelo acontecido.
Após mais de dois milhões de álbuns vendidos o Charlie Brown Jr. lança em 2004 o sétimo disco da carreira, Tâmo aí na atividade que tinha com suas principais musica: "Champanhe e água-benta", "Tâmo aí na Atividade" e "Longe de Você".
Nova formação
Passar por uma metamorfose sem perder a identidade foi o desafio vencido pela banda. No início de 2005, o vocalista Chorão, foi surpreendido com o anúncio de que Marcão, Renato Pelado e Champignon estavam deixando o grupo, alegando divergências musicais.
Contrariando as expectativas, Chorão apareceu com uma nova formação para o Charlie Brown Jr. O novo núcleo é baseado na cidade de Santos, onde a banda surgiu. Thiago Castanho, guitarrista que fez parte dos três primeiros discos da banda, retornou ao grupo. Dois novos músicos assumiram, respectivamente, a bateria e o baixo: André Ruas, conhecido como Pinguim; e Heitor Gomes, filho de Chico Gomes, um dos nomes mais respeitados do contrabaixo no Brasil.
Depois dos ensaios com o repertório antigo e depois de alguns shows em vários locais do país, Chorão, Thiago, Heitor e Pingüim fortaleceram os vínculos e encontraram a sintonia necessária para criar novas músicas.
Imunidade Musical (2005-2007)
O álbum Imunidade Musical é lançado em 2005 com destaque para o primeiro single "Lutar Pelo que é Meu" (canção que substituiu "Te Levar" na abertura do seriado Malhação, de Abril de 2006 a Outubro de 2007), além de "Cada Cabeça Falante Tem Sua Tromba de Elefante", com as participações de Rappin Hood e Parteum, do Mzuri Sana. Ainda em 2005, Charlie Brown lança o DVD Skate Vibration, que mostra imagens da banda se apresentando em disputas de skate e imagens nos estúdios Digital Grooves e Midas Studios, onde gravaram o disco. No DVD, além de uma apresentação ao vivo, estão os clipes que misturam imagens da banda Charlie Brown Jr. nos shows realizados em 2005, nas viagens e durante as gravações de seu oitavo álbum. Imunidade Musical, no qual a sonoridade do Charlie Brown Jr. foi reestabelecida através de surpreendentes 23 músicas, se tornou um álbum emblemático na trajetória da banda.
Ritmo, Ritual e Responsa (2007-2009)
O penúltimo disco lançado pelo Charlie Brown Jr. se chama Ritmo, Ritual e Responsa (RRR). Ritmo, Ritual e Responsa traz 22 faixas inéditas e uma faixa bônus, e chegou às lojas no final de SETEMBRO de 2007. Produzido por Chorão e Thiago Castanho, o nono da carreira, deixa registrada mais uma vez a marca do Charlie Brown, letras com forte apelo urbano e que vão de encontro aos anseios da juventude, riffs poderosos, bateria e baixo, com direito a toques eletrônicos e à presença do rap..
No dia 9 de abril de 2007 chegou às rádios de todo o Brasil "Não Viva em Vão", música de Chorão e Thiago Castanho, que foi escolhida como primeiro single. Logo em seguida com o lançamento de mais um single "Pontes Indestrutíveis", cujo a banda também gravou um clipe da música, e é mais um dos destaques do nono álbum. O terceiro single do álbum, "Be Myself", foi escolhido para fazer parte da trilha sonora da telenovela Duas Caras (exibida pela Rede Globo de Outubro de 2007 a Maio de 2008). Outro grande sucesso foi o quarto single do álbum, "Uma Criança Com Seu Olhar".
No dia 23 de abril de 2008, foi divulgado no site oficial que o baterista André Ruas, o Pingüim, não fazia mais parte da banda. O motivo seria o fim do contrato que já estava se aproximando, sem que houvesse interesse de ambas as partes em renová-lo. Para o lugar de Pingüim, entrou Bruno Graveto, também de Santos.
Camisa 10 (Joga Bola Até na Chuva) (2009-Atualmente)
Depois de 12 anos na EMI, a banda muda para o selo Arsenal Music, do produtor musical Rick Bonadio, que produziu bandas dos anos 80, como Ira! e Titãs, artistas da mesma geração do Charlie Brown, como o Tihuana e CPM 22, e bandas da nova geração, como NX Zero e Fresno.
O novo trabalho foi batizado de Camisa 10 (Joga Bola Até na Chuva). O nome Camisa 10, é uma brincadeira por ser o 10º álbum da banda.E o primeiro com o baterista Bruno Graveto.
O disco tem uma música feita para a cantora Cassia Eller, que Chorão fez para entrar no disco que a cantora iria fazer em 2002. Infelizmente, 15 dias após a criação da música, Cássia faleceu.
O novo single, Me Encontra, já está em todas as rádios e o trabalho chega as lojas no inicio de agosto.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
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